O artigo que transcrevi no post anterior deixou-me a pensar (e a analisar com outra postura), algo que se sucedeu no início desta semana.
Já aqui referi as várias experiências (felizmente, com piada) pelas quais passei, com trabalhadores dos transportes/serviços públicos em Bruxelas: o condutor do tram, o do comboio, o do autocarro, o do guichet da estação… Desta vez, foi um taxista. Embora isto seja um clássico, nunca me tinha acontecido semelhante nesta terra. Resumindo aquilo que acabou por se transformar numa história para mais tarde recordar, mal entrei no táxi em causa, o tipo colou. Quando digo "colou", digo mesmo "colou": quando olhou para trás para me perguntar qual era o destino, ficou tão estarrecido que até achei que tinha alguma coisa estranha na cara (quanto muito, teria neve…). Era novinho, atraente e cheio de letra, como diria o meu pai. A conversa evoluiu a uma velocidade alucinante, sendo que, passado 5 minutos, já ele estava a dizer que não lhe entrava na cabeça que uma rapariga como eu fosse solteira e que eu tinha uma cara très très mignon, que só lhe dava vontade de me abraçar. E salientou que nem estava a pensar em mais nada, somente pour me tenir dans ses bras. Pois claro, há que esclarecer a orientação que as nossas intenções assumem, não fosse eu saltar pela porta fora caso o tipo dissesse que me queria levar por outros caminhos. Em momento algum foi inconveniente, simplesmente não foi profissional.
Bom.
O conto do vigário já eu conheço, embora me saiba sempre bem cruzar com alguém que tem a coragem (para muitos, o descaramento) de mostrar o que está a sentir ou desejar. A parte mais complicada foi a "despedida"… quando lhe passei o dinheiro para a mão, foi uma luta para explicar porque não lhe deixava o meu número de telemóvel e, literalmente, para ter a minha mão de volta.
Passando ao paralelo com o artigo do Baptista Bastos… uma das coisas que o moço disse, na sua tentativa de me galar, foi o facto de não entender porque é que as pessoas são tão avessas ao contacto físico, somente porque não conhecem o outro. "Qual o problema de eu ter a tua mão na minha? Estou a ofender-te? A magoar-te? A vida é tão curta… porque é que as pessoas são tão frias e distantes?", dizia ele. Nos meus pensamentos, estava a passar um sorriso naquela altura. Na realidade, uma das coisas que os meus amigos de outras nacionalidades referem, é que eu tenho muito mais à vontade com o contacto físico do que eles… ou seja, que eu beijo e abraço e toco (aqui, sem qualquer conotação sexual), sem pudor ou preconceito. Eu aqui tenho até por hábito dizer que «Sou Portuguesa, isso explica muita coisa», o que é uma excelente desculpa e calha muito bem em muitas situações.
O taxista tem alguma (muita) razão naquilo que disse, mesmo que estivesse pura e simplesmente a tentar estabelecer outro tipo de contacto comigo.
Efectivamente, qual o problema?
Em conclusão, estou a tentar arranjar uma resposta para esta pergunta e não estou a ser bem sucedida.
Já aqui referi as várias experiências (felizmente, com piada) pelas quais passei, com trabalhadores dos transportes/serviços públicos em Bruxelas: o condutor do tram, o do comboio, o do autocarro, o do guichet da estação… Desta vez, foi um taxista. Embora isto seja um clássico, nunca me tinha acontecido semelhante nesta terra. Resumindo aquilo que acabou por se transformar numa história para mais tarde recordar, mal entrei no táxi em causa, o tipo colou. Quando digo "colou", digo mesmo "colou": quando olhou para trás para me perguntar qual era o destino, ficou tão estarrecido que até achei que tinha alguma coisa estranha na cara (quanto muito, teria neve…). Era novinho, atraente e cheio de letra, como diria o meu pai. A conversa evoluiu a uma velocidade alucinante, sendo que, passado 5 minutos, já ele estava a dizer que não lhe entrava na cabeça que uma rapariga como eu fosse solteira e que eu tinha uma cara très très mignon, que só lhe dava vontade de me abraçar. E salientou que nem estava a pensar em mais nada, somente pour me tenir dans ses bras. Pois claro, há que esclarecer a orientação que as nossas intenções assumem, não fosse eu saltar pela porta fora caso o tipo dissesse que me queria levar por outros caminhos. Em momento algum foi inconveniente, simplesmente não foi profissional.
Bom.
O conto do vigário já eu conheço, embora me saiba sempre bem cruzar com alguém que tem a coragem (para muitos, o descaramento) de mostrar o que está a sentir ou desejar. A parte mais complicada foi a "despedida"… quando lhe passei o dinheiro para a mão, foi uma luta para explicar porque não lhe deixava o meu número de telemóvel e, literalmente, para ter a minha mão de volta.
Passando ao paralelo com o artigo do Baptista Bastos… uma das coisas que o moço disse, na sua tentativa de me galar, foi o facto de não entender porque é que as pessoas são tão avessas ao contacto físico, somente porque não conhecem o outro. "Qual o problema de eu ter a tua mão na minha? Estou a ofender-te? A magoar-te? A vida é tão curta… porque é que as pessoas são tão frias e distantes?", dizia ele. Nos meus pensamentos, estava a passar um sorriso naquela altura. Na realidade, uma das coisas que os meus amigos de outras nacionalidades referem, é que eu tenho muito mais à vontade com o contacto físico do que eles… ou seja, que eu beijo e abraço e toco (aqui, sem qualquer conotação sexual), sem pudor ou preconceito. Eu aqui tenho até por hábito dizer que «Sou Portuguesa, isso explica muita coisa», o que é uma excelente desculpa e calha muito bem em muitas situações.
O taxista tem alguma (muita) razão naquilo que disse, mesmo que estivesse pura e simplesmente a tentar estabelecer outro tipo de contacto comigo.
Efectivamente, qual o problema?
Em conclusão, estou a tentar arranjar uma resposta para esta pergunta e não estou a ser bem sucedida.
4 comentários:
o pessoal do METAL!!! \m/_ não costumater esses problemas de falta de contacto.. (tou a ter em conta os gigantescos e colossais moshes que e comum acontecerem (não so em concertos,mas e vez em quando!)
HAIL! lol!
Estou a falar de um contacto amigável e carinhoso, não de encontrões disfarçados de carícias :-)
Se te apanho a jeito dou-te uma bofetada e depois digo-te que é tudo em nome do carinho ;-)
então são carícias mais fortes =)
relativamente à questão....a mim parece-me bizarro andar a trocar "carinhos" com estranhos...afinal esses dão-se a pessoas de quem gostamos
E porque não devemos dar a quem ainda não sabemos que podemos vir a gostar?
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