What if?

A minha vida é salpicada de coincidências temporais deliciosas, de coisas que acontecem na altura certa e sítio certo. Diria até que a Natureza conspira muitas vezes a meu favor, acabando por levantar o véu das alternativas que eu poderei vir a ponderar, antes mesmo de eu manifestar uma vontade de mudar de direcção.
Por outro lado, quando eu me adianto à Natureza (alguns preferirão apelidar esta força invisível de Deus ou qualquer outra divindade que por aí possa pairar), o efeito é precisamente o contrário: aparecem barreiras, surgem obstáculos, fecham-se portas. Esta é a principal razão que me leva a ser tão ousada nos meus sonhos e desejos, quanto prudente na forma como os verbalizo. É também o porquê de eu escrever a minha wishing list no início do ano e só olhar para ela quando o ano termina. Talvez também justifique o facto de eu jogar no Euromilhões somente à 6a feira... é que assim já não tenho mais dias pela frente para pensar que devia ter apostado noutra chave.

Por isso, quando me perguntam "como vais fazer se determinada coisa acontecer?", eu bloqueio. O meu cérebro está preparado para reagir prontamente de uma forma eficaz a coisas concretas, palpáveis, visíveis. O meu imaginário, esse encarrega-se de me fazer pensar noutros cenários, mas não de me ajudar a tomar decisões.

Exemplos? A única vez que pedi para me mandarem Nestum, foi a única vez que ele não chegou cá (ainda ando em negociações com os correios para saber se foram os de lá, ou os de cá, a gamar o material). No entanto, de todas as vezes que a mãezinha tomou a iniciativa de mandar a papa, sem eu pedir, ela chegou cá sempre dois dias depois de ter sido enviada.

Ta mal.