José James

Relativamente ao concerto de ontem, não serei a mais imparcial das críticas, uma vez que gosto de tudo em José James: da voz, da música, das letras… e, a partir de ontem, fiquei também fã da sua performance ao vivo, dos marabolismos do pianista, da audácia do baterista e da serenidade criativa do baixista. Mas nem é propriamente da performance em si que eu quero falar aqui, porque essa convenceu-me e sei que no futuro, sempre que tenha oportunidade, serei uma das pessoas na plateia dos concertos dele. Quero falar do público e do que é fazer parte de uma plateia composta maioritariamente por Belgas. A diferença, comparando com o público Português, é abismal. Não admira que já vários artistas tenham comentado que um dos locais onde preferem actuar é Portugal… a forma como os Portugueses manifestam o seu entusiasmo e o calor humano que transborda na plateia, é algo que não se encontra assim tão facilmente por estes lados. Ainda consegui ver isto com mais clareza, porque estava sozinha no concerto. Isto permitiu-me observar detalhes e comportamentos aos quais não daria importância se estivesse acompanhada. Tal como aconteceu estar a bater palmas sozinha muitas vezes… isto porque percebi que muitos dos que lá estavam nunca tinham ouvido uma música dele… de forma que, quando ele dizia qual a música que ìa cantar de seguida, ninguém sabia o que aí vinha. Ou seja, quando ele diz "Love Conversation" ou "Save your love for me", eu desato a bater palmas e sinto que metade da plateia se vira para trás para ver quem é a iluminada que está a festejar tão entusiasticamente tal anúncio… Claro que quando senti tantos olhares em mim, sorri timidamente… mas sorri ainda mais quando, no final, vi a fila que se formou à entrada, para comprar o cd dele.

Afinal, quem é que percebe disto, hein?