Raramente recorro a expressões que evocam Deus, porque a minha crença termina onde o meu espírito crítico ou desconfiado começam. Por isso, prefiro dizer que, neste momento, é o meu corpo quem me quer mostrar o caminho, naquilo que me parece uma encruzilhada sem fim à vista. Sim, o facto de estar doente a cada dois meses, com algo que me impossibilita de sair de casa e limita todas as ideias que quero colocar em prática ou planos que sonho em concretizar, está a dar comigo em doida. Maluquinha. Choné.
Isto começou quando mudei de país. Cheguei a Bruxelas no dia 8 de Dezembro de 2008 e tive a primeira amigdalite no dia 30 de Dezembro de 2008. A segunda em Março, quando estava em Londres. A terceira em Junho, depois de ter comprado o bilhete para um festival de música de 3 dias aqui em Bruxelas. A quarta em Outubro, na altura das festas de aniversário de bons amigos aqui (às quais faltei, como está visto). A quinta em Dezembro, no meu aniversário. A sexta começou no dia 1 de Janeiro de 2010. A sétima... é a que estou ainda a curar agora.
Tenho sido paciente (não tenho outra hipótese) e tenho mamado tudo o que é antibiótico, antipirético ou anti-inflamatório. Levei injecções no rabo, suportei os 40 de febre dos dias críticos sozinha, fiz as análises ao sangue, comecei o tratamento de vitamina D, cobri-me da cabeça aos pés para não apanhar frio e passei a não arriscar sempre que sentia arrepios.
Desde que isto começou que, sempre que saio, sou perseguida pelo receio de ficar doente. Não arrisco a ir para uma discoteca ou clube transpirar durante as horas que passo a dançar, para depois sair para a rua (mesmo que agasalhada) e apanhar frio no caminho para casa.
Há uma solução, aparentemente (a confirmar-se que a bactéria que está a provocar isto é a que habitualmente origina as amigdalites em repetição)... Operar. Saberei para a semana se vai ser o caso ou não. Portanto, não é um beco sem saída, nem sequer é motivo para eu ficar muito preocupada. O que me tem massacrado os pensamentos é outra coisa: a consciência de que este já não é o local onde eu quero estar. O que me tem faltado é a inspiração ou a energia para obedecer aos sinais que o meu corpo me tem dado.
E há dias assim em que, mesmo não dizendo nada de novo, a terapia passa por repetir, mesmo que sendo escrito, aquilo que já tantas vezes aqui partilhei.
5 comentários:
as melhoras. sei bem o que isso é. chega ao Inverno e pimba, amigdalite. É matemático.
http://palavrassemjeito.blogspot.com
Porque foste para Bruxelas?
Trabalho Fuschia. E pela vontade de ter uma experiência no estrangeiro.
Obrigada Samnio.
Pira-te daí rápido....trabalhos existem muitos, experiencias existem outras tantas, países para concretizar experiências são aos milhares, Vida SÓ TENS UMA. Quer dizer depois da tua virão outras mas isso são outros quinhentos. Se o teu corpo fala contigo e tu estás a conseguir ouvi-lo com essa consciência é porque ele está mesmo aos gritos. Parabéns pelo teu blog é muito interessante e está muito bem escrito.
Obrigada João, é bom saber que o estás a ler :-)
Qto a pirar-me daqui... estou a tratar do assunto e quando tiver novidades partilho aqui no blog. Foi preciso o meu corpo sofrer 7 amigdalites no espaço de um ano para eu o ouvir com toda a atenção que ele merece. E, sem dúvida, que eu saiba, vida só tenho uma!
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