sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Chatos

Há gente chata. Muito chata.

Não acredito na ingenuidade, no que toca a chatear o parceiro. Ninguém, por muito paciente que seja, consegue gramar com os chatos sem deixar pelo menos no ar a ideia de que essa pessoa está a ser inconveniente. Qualquer um, a determinada altura do campeonato, acaba por soltar um suspiro de tédio ou irritação, dando a perceber ao chato que já chega de chatear. Quem chateia, fá-lo com prazer. Sabe que o está a fazer. Tem um incompreensível e cruel prazer em fazê-lo. Sorri baixinho enquanto o faz e vai-se embora com a postura de dever cumprido.
Gente assim merece o quê, afinal de contas?
Eu, que evito o conflito até aos limites que a minha indiferença o permite, não consigo evitar ter pensamentos sádicos quando me cruzo com um chato. Nem sei qual é o pior: se o chato-sonso, se o chato-esperto. O primeiro desarma-nos através da piedade que nos desperta. O segundo através de um jogo sujo de manipulação, do qual é difícil escapar.
O que me custa cada vez mais a perceber é porque insistimos em lidar com os chatos, em vez de afastar o mal para canto de uma assentada. Que raio de resistência vamos nós buscar aos recônditos das nossas energias para aturar um chato? E porque preferimos embriagar-nos de ansiedade e irritação suportando os chatos, em vez de cortarmos o mal pela raíz e, pura e simplesmente, mandá-los à merda?

3 comentários:

samnio disse...

há gente mesmo muito chata. Se calhar eu. Não me mande à m..., e tenha lá paciÊncia de me aturar este comentário e o convite para visitar o blog: http://palavrassemjeito.blogspot.com

sem ser chato-sonso ou a versão esperto, devo dizer-lhe que gostei do seu texto.

B. disse...

Obrigada pelo comentário e pela visita! Visitarei o palavras sem jeito, para ver se são palavras de chato ou não :-)

SIPO disse...

Sou um íman de chatarrões ... como te compreendo! :)