sexta-feira, novembro 27, 2009

O Falcão

Um amigo partilhou comigo algo que se está a passar com a sua mãe e que, talvez por uma questão de civismo ou sentido de justiça, resolvi publicar aqui.
Para facilitar a compreensão da história, transcrevo o relato, tal como ele o transmitiu a mim (omitindo somente nomes e locais):

A minha mãe teve uma situação que, se não fosse dar vontade de chorar, dava vontade de rir.
Explico:
A minha mãe faz parte da direcção de um lar de idosos em (…).
Há pouco mais de 1 mês entrou uma funcionária na secretaria a alertar que havia um falcão caído no exterior do edifício. O bichinho, provavelmente, embateu contra uma janela e ficou atordoado no chão. Tinha uma anilha, pelo que, provavelmente, teria fugido de algum criador.
Foram pegar nele, com cuidado, puseram-no dentro de um caixote para evitar que se magoasse mais e chamaram as autoridades. Acabou por ir lá um PSP, "tomar nota da ocorrência" e levar o bicho.
Pelos vistos, entre apanharem o bicho e conseguirem que a PSP fosse lá, demoraram uns 45 minutos. Uma vez que a minha mãe é directora, ficaram com os dados dela.
O dono do animal acabou por ir lá, muito agradecido pelo cuidado que tinham tido.
O desgraçado do bicho acabou por morrer mesmo. Estava magoado e terá sido atacado por outra ave do criador...
Agora vem a parte verdadeiramente original:
A minha mãe foi constituida arguida por manter em cativeiro uma espécie protegida!
Que grande exemplo que é dado para a conservação das espécies em Portugal, não?

Quando li isto, cheguei a desconfiar que se tratasse de uma piada… Demorei algum tempo a acreditar mas, quando percebi que tinha acontecido exactamente como ele escreveu, não sabia bem onde colocar o queixo que teimava em ficar descaído, tal o ridículo da situação. A mãe do meu amigo, "a arguida", terá agora de gastar tempo e dinheiro para defender a sua posição.

Pouco mais há a dizer.
Muito haverá para pensar. E mais ainda para fazer.

2 comentários:

Ana disse...

Só tenho a dizer que são estas as situações que me estimulam a permanecer no estrangeiro quando penso em voltar a Portugal. Não que aqui não aconteçam coisas desse genéro mas como essa nunca vi!

instantes disse...

Ainda estou céptico com esta história...e preocupado pq tenho 2 tartarugas em cativeiro :-)
Bem mas se for constituído arguido terei que responder quando as ditas ( tartarugas) tiverem dentes :-)
Já agora, sigam o meu conselho, mantenham-se fora do Páis por causa de outras aves de rapina que por cá grassam.